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quarta-feira, 4 de julho de 2012

poetizando...


       Estrela perigosa
 

                 Clarice Lispector

Estrela perigosa 
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida 
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idéias
ora pro nobis 
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes. Vagalume
é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes, 
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre, o de te esperar.


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