A falta de afeto, de segurança e de humor podem levar o
aluno a se desinteressar pela escola.
6. Falta de humor
"Um aluno chega atrasado
para a aula. Ao entrar na sala, ainda faz uma gracinha, fingindo ter tropeçado
na carteira do colega. A classe vai abaixo, todos começam a rir". Numa
situação como esta, corriqueira nas escolas, a educadora Neide de Aquino Noffs
agiria da seguinte maneira: "Daria risada junto, mesmo que eu não tivesse
achado lá muito engraçado, esperaria a turma se acalmar e retomaria minha
aula". Por que ela adotaria esse comportamento? "Porque o professor
precisa entrar no universo daquela criança, ou daquele jovem. Precisa lembrar
com que faixa-etária está trabalhando e precisa saber sorrir na diversão do
outro", responde.
Em outras palavras, o educador
precisa dispor de um humor flexível e saber olhar as situações de forma mais
alegre. Do contrário, pode desestimular um aluno a também participar do seu
universo. Ou seja, o professor não participa da brincadeira da criança, então
ela também pode se recusar a participar da aula daquele professor que considera
ranzinza. "Não se pode criar fatores de indisposição para a
aprendizagem", aconselha Neide, também doutora em Didática pela
Universidade de São Paulo.
7. Falta de avaliação
Por menos despreocupado que um
aluno seja a tendência é ele sempre ganhar ânimo quando recebe boas notas. Mas
isso não quer dizer que o professor deve dar uma nota que ele não mereça, só
para estimulá-lo. A função do docente, isso sim, é saber avaliar todo o
processo de aprendizagem, e não querer medir o nível de conhecimento de um
aluno apenas com provas mensais ou bimestrais. Lições de casa, participação em
aula, contribuições trazidas da família para os colegas, todas essas são
situações diversas que podem representar muito e ser somadas ao produto final,
que é a prova. "A prova é uma situação de pressão, que pode gerar a não-aprendizagem,
que é diferente de desconhecimento", explica Neide de Aquino Noffs.
Segundo ela, aplicar sempre um mesmo tipo de avaliação pode, sim, desestimular
o aluno, sobretudo aquele que apresenta um baixo rendimento, não porque não
aprendeu, mas porque se cobra muito na hora da prova, fica nervoso e com medo.
8. Falta de cuidados na hora da
leitura
Que a leitura de livros é
importante na trajetória escolar de um aluno, todo professor provavelmente
concorda. No entanto, apesar de muitos educadores já terem incorporado essa
atividade à rotina escolar, ainda a realizam sem alguns cuidados básicos,
correndo sérios riscos de desestimular leitores que poderiam chegar longe no
encantado universo da literatura. "A escola tem um papel importante na
formação de um leitor, mas o professor precisa considerar certos preceitos
antes de indicar um livro ou fazer a leitura dele em sala", defende Nye
Ribeiro, educadora, jornalista e escritora, com mais de 40 obras publicadas.
O primeiro cuidado está na
escolha da obra, que não deve se basear apenas no seu caráter utilitário
("Ah, esse livro se encaixa no tema que estou trabalhando"). Segundo
Nye, que é também diretora do departamento editorial da Roda & Cia Editora,
o professor tem de observar a qualidade literária, a beleza do texto, a
ilustração, o conteúdo e os valores implícitos nas entrelinhas ("Será que
esse livro tem a ver com o meu projeto de educação, com o ser humano que eu
desejo formar?"). Outra preocupação é providenciar um lugar especial para
a leitura, com livros bonitos e bem escritos, e definir um horário específico
para essa atividade todos os dias. "Uma leitura obrigatória ou mal feita,
realizada por um professor que nem se deu ao trabalho de abrir aquele livro
antes, certamente é capaz de gerar desestímulo nas crianças, que podem acabar
se afastando do livro antes mesmo de descobrir o prazer que eles proporcionam",
conclui Nye.
Fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/8-comportamentos-desestimulam-alunos-346197.shtml
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